Oi Harriet, finalmente cheguei pra comentar o seu álbum. Adoro o título escolhido nele, algo simples e forte ao mesmo tempo, além das cores da capa que geram um contraste nessa possível jornada.
Fool - Achei uma canção bem simples. Aqui você quer justamente começar a contar a sua história e a letra acaba tendo a finalidade de situar o ouvinte nessa trajetória (como já diz o próprio nome do álbum). É uma canção singela, doce e melancólica ao mesmo tempo, consigo me imaginar ouvindo-a sozinha num quarto e uns copos de bebidas. A sonoridade tem uma coisa meio canção-de-ninar, meio que reforçando que a dor pode ser confortável quando você começa a lidar com ela de uma forma madura e humana.
Fuck You - Já veio com o R&B! Adoro a produção minimalista e vulnerável que foi escolhida, sou suspeita pra falar pq sou cadelinha da BANKS. A letra ao mesmo tempo que é direta, achei contraditória, sinto a intérprete colocando em consciência os erros do ex-amado e com isso querendo provar que ela está melhor sem ele, mas ao mesmo tempo eu ainda a vejo extremamente ressentida, e, ainda mais intensamente, reprimida. Achei a Helenna mal aproveitada aqui, vocês são tão amigas que acho que poderia ter uma colaboração mais vibrante. Entendi a faixa mas ela não me pegou, acho que ela está ainda um tanto reprimida, é assim que posso defini-la.
Free For You - Morta com outro hino que eu amo! Vejo nessa faixa uma necessidade de reafirmação que você tem o seu valor sem o cara que não valia nada e que há coisas que nós perdemos que são justamente um livramento como ela exclama no refrão da faixa. Os vocais suaves mas que expressam essa vulnerabilidade que você vende durante o álbum, passam certo alívio e ao mesmo tempo que esse alívio só foi possível após sentir muita dor.
So Insane - O hino da estabilidade! Esses vocais frágeis e rasgados, como eu amo, inclusive me passa o instrumental depois (talvez eu peça do álbum todo rs). Agora sinto que o álbum deu aquela agitada sentimental que eu esperava, quando o amor te estremece e você precisa sentir as dores que ele causa, mas depois o próprio amor (agora por você própria) que vai auxiliá-la nesse processo de restabelecimento consigo mesma, a sua sanidade mental. A letra é simples mas ela unida ao instrumental favorecem muito pra passar a emoção pretendida.
Your Own Taste - Um hino synthpop! Mais uma sonoridade que eu amo e fico bem feliz que está sendo usada em boas mãos! O álbum ganha um pouco mais de ritmo aqui e nem digo sonoro e sim uma força maior liricamente falando, Harriet se impõe mais e sua adaptação aos transtornos desse relacionamento vão com o tempo a tornando mais segura. Foi uma ótima pedida de single porque a faixa é ótima!
Intensive - O primeiro smash! Essa faixa retoma um pouco a forma de abordagem de So Insane, mas enquanto lá você era mais entregue à melancolia, aqui passa mais firmeza nesse processo de cura. Sinto que a consciência aqui é mais convincente do que tentava se mostrar em Fuck You, por exemplo. O instrumental é um show a parte, devo ressaltar que estou amando a sonoridade do álbum.
Love Yourself - Ai que faixa maravilhosa! Tudo que eu precisava e queria ver e ouvir... esse instrumental traz uma carga leve e até mesmo irônica que se torna muito viável na intenção da faixa, porque registra a superação que você tanto trata no álbum, mas, mais importante, aliada com a diversão do amor próprio que é a tecla que você tem batido durante o percurso do disco. Eu achei uma faixa SUPER promissora, com certeza uma das minhas favoritas.
Lost - Gente? Ai, maravilhosa de novo, muito wonderful... essa faixa poderia ser a abertura do disco, é tudo o que a Harriet me expressa quanto artista. A letra é vulnerável, direta e passa esse conforto necessário a qual estamos sendo guiados durante o álbum, eu amo a metáfora com o livro e capítulos passados, porque me identifico muito e foi muito propícia aqui. Vontade de me amar demais ao som dessa faixa!
Flickers - AAAA! Que hino! Muito bem acertada a escolha dessa faixa aqui, e a união do instrumental + letra elevou tudo. É uma letra extremamente motivadora, ela cita até algumas frases que já ouvimos mas que ainda assim são necessárias ouvir/ler novamente para colocarmos em prática. A sonoridade é uma viagem, né? Eu que me identifo pacas com esse instrumental sou suspeita pra falar.
Nostalgia - Ai, mais um hino! A letra dessa faixa desenvolve de uma forma tão gostosa, porque você vai jogando os fatos como realmente ocorreram, mostra sua vulnerabilidade mas se mostra também consciente das ações e motivações que ocorreram na sua história. É como se você pegasse todos os sentimentos transpostos no disco e os unisse da forma mais confiante, serena e consciente possível dentro de Nostalgia. Mereceu ser single e marcar a carreira da Harriet.
What To Do - A letra de puta desapaixonada! Confesso que é bem diferente do que eu esperava por esse instrumental mas achei interessante e que combinou também. O que mais gosto na composição é que o desapego dela está em alta e é exibido naturalmente, e através desse desapego ela consegue passar essa sensação de não ligo pra nada, tô bem demais, da maneira mais perfeita possível. É uma faixa deliciosa!
Considerações finais
Menina, que trajetória (literalmente), ein? Tenho alguns pontos a considerar. O álbum sonoramente falando é bem coeso e também carrega uma identidade muito própria, coisas que eu considero extremamente importantes, principalmente em um debut.
O ponto que eu quero ressaltar primeiro é o início, as três primeiras são faixas muito tímidas, que parecem querer falar algo, mas não se expressam como poderiam. É como se fosse uma introdução de três faixas e é justamente no início do álbum que devemos prender a atenção da outra pessoa.
Liricamente falando, eu por ser uma pessoa com a veia artística mais barroca (codinome culto pra eu não usar dramática), tendo a gostar muito de contrastes em trabalhos que sejam pessoais, e o que eu senti foi que você procurou expressar suas emoções e vivências negativas de uma forma equilibrada e adulta, mas é um álbum que me sugere conflito e talvez devido as minhas expectativas eu esperava uma perturbação mais "NOSSA!". Mas sentimentos e vivências pessoais não tem (e nem devem) nenhuma fórmula para você expressá-los e vive-los, cada um tem a sua maneira de fazer isso e eu acho até interessante que você nos mostre isso porque são novas perspectivas que eu mesma terei de avaliar trabalhos futuros, inclusive os meus próprios.
Num geral, é um álbum que conta uma história, não vejo um início e fim mas sim um durante. Ele é coerente com a sua história e o ponto que achei mais interessante nele é como desde o início você tinha seu racional focado em superar o ex, mesmo não tendo superado porra nenhuma lá no começo.
Acredito que de tanto falar isso pra si mesma, esse exercício de consciência, você alcançou o seu objetivo. E o seu álbum prova isso, você tem foco. As produções escolhidas são de extremo bom gosto, combinam com a sua artista, eu amo tudo o que eu conheço que foi usado aqui, é aquele pop melódico e sofisticado bem diva gay finíssima! É nitidamente um trabalho feito com esmero, sutileza, beleza e sentimento.
Oi Harriet, finalmente cheguei pra comentar o seu álbum. Adoro o título escolhido nele, algo simples e forte ao mesmo tempo, além das cores da capa que geram um contraste nessa possível jornada.
Fool - Achei uma canção bem simples. Aqui você quer justamente começar a contar a sua história e a letra acaba tendo a finalidade de situar o ouvinte nessa trajetória (como já diz o próprio nome do álbum). É uma canção singela, doce e melancólica ao mesmo tempo, consigo me imaginar ouvindo-a sozinha num quarto e uns copos de bebidas. A sonoridade tem uma coisa meio canção-de-ninar, meio que reforçando que a dor pode ser confortável quando você começa a lidar com ela de uma forma madura e humana.
Fuck You - Já veio com o R&B! Adoro a produção minimalista e vulnerável que foi escolhida, sou suspeita pra falar pq sou cadelinha da BANKS. A letra ao mesmo tempo que é direta, achei contraditória, sinto a intérprete colocando em consciência os erros do ex-amado e com isso querendo provar que ela está melhor sem ele, mas ao mesmo tempo eu ainda a vejo extremamente ressentida, e, ainda mais intensamente, reprimida. Achei a Helenna mal aproveitada aqui, vocês são tão amigas que acho que poderia ter uma colaboração mais vibrante. Entendi a faixa mas ela não me pegou, acho que ela está ainda um tanto reprimida, é assim que posso defini-la.
Free For You - Morta com outro hino que eu amo! Vejo nessa faixa uma necessidade de reafirmação que você tem o seu valor sem o cara que não valia nada e que há coisas que nós perdemos que são justamente um livramento como ela exclama no refrão da faixa. Os vocais suaves mas que expressam essa vulnerabilidade que você vende durante o álbum, passam certo alívio e ao mesmo tempo que esse alívio só foi possível após sentir muita dor.
So Insane - O hino da estabilidade! Esses vocais frágeis e rasgados, como eu amo, inclusive me passa o instrumental depois (talvez eu peça do álbum todo rs). Agora sinto que o álbum deu aquela agitada sentimental que eu esperava, quando o amor te estremece e você precisa sentir as dores que ele causa, mas depois o próprio amor (agora por você própria) que vai auxiliá-la nesse processo de restabelecimento consigo mesma, a sua sanidade mental. A letra é simples mas ela unida ao instrumental favorecem muito pra passar a emoção pretendida.
Your Own Taste - Um hino synthpop! Mais uma sonoridade que eu amo e fico bem feliz que está sendo usada em boas mãos! O álbum ganha um pouco mais de ritmo aqui e nem digo sonoro e sim uma força maior liricamente falando, Harriet se impõe mais e sua adaptação aos transtornos desse relacionamento vão com o tempo a tornando mais segura. Foi uma ótima pedida de single porque a faixa é ótima!
Intensive - O primeiro smash! Essa faixa retoma um pouco a forma de abordagem de So Insane, mas enquanto lá você era mais entregue à melancolia, aqui passa mais firmeza nesse processo de cura. Sinto que a consciência aqui é mais convincente do que tentava se mostrar em Fuck You, por exemplo. O instrumental é um show a parte, devo ressaltar que estou amando a sonoridade do álbum.
Love Yourself - Ai que faixa maravilhosa! Tudo que eu precisava e queria ver e ouvir... esse instrumental traz uma carga leve e até mesmo irônica que se torna muito viável na intenção da faixa, porque registra a superação que você tanto trata no álbum, mas, mais importante, aliada com a diversão do amor próprio que é a tecla que você tem batido durante o percurso do disco. Eu achei uma faixa SUPER promissora, com certeza uma das minhas favoritas.
Lost - Gente? Ai, maravilhosa de novo, muito wonderful... essa faixa poderia ser a abertura do disco, é tudo o que a Harriet me expressa quanto artista. A letra é vulnerável, direta e passa esse conforto necessário a qual estamos sendo guiados durante o álbum, eu amo a metáfora com o livro e capítulos passados, porque me identifico muito e foi muito propícia aqui. Vontade de me amar demais ao som dessa faixa!
Flickers - AAAA! Que hino! Muito bem acertada a escolha dessa faixa aqui, e a união do instrumental + letra elevou tudo. É uma letra extremamente motivadora, ela cita até algumas frases que já ouvimos mas que ainda assim são necessárias ouvir/ler novamente para colocarmos em prática. A sonoridade é uma viagem, né? Eu que me identifo pacas com esse instrumental sou suspeita pra falar.
Nostalgia - Ai, mais um hino! A letra dessa faixa desenvolve de uma forma tão gostosa, porque você vai jogando os fatos como realmente ocorreram, mostra sua vulnerabilidade mas se mostra também consciente das ações e motivações que ocorreram na sua história. É como se você pegasse todos os sentimentos transpostos no disco e os unisse da forma mais confiante, serena e consciente possível dentro de Nostalgia. Mereceu ser single e marcar a carreira da Harriet.
What To Do - A letra de puta desapaixonada! Confesso que é bem diferente do que eu esperava por esse instrumental mas achei interessante e que combinou também. O que mais gosto na composição é que o desapego dela está em alta e é exibido naturalmente, e através desse desapego ela consegue passar essa sensação de não ligo pra nada, tô bem demais, da maneira mais perfeita possível. É uma faixa deliciosa!
Considerações finais
Menina, que trajetória (literalmente), ein? Tenho alguns pontos a considerar. O álbum sonoramente falando é bem coeso e também carrega uma identidade muito própria, coisas que eu considero extremamente importantes, principalmente em um debut.
O ponto que eu quero ressaltar primeiro é o início, as três primeiras são faixas muito tímidas, que parecem querer falar algo, mas não se expressam como poderiam. É como se fosse uma introdução de três faixas e é justamente no início do álbum que devemos prender a atenção da outra pessoa.
Liricamente falando, eu por ser uma pessoa com a veia artística mais barroca (codinome culto pra eu não usar dramática), tendo a gostar muito de contrastes em trabalhos que sejam pessoais, e o que eu senti foi que você procurou expressar suas emoções e vivências negativas de uma forma equilibrada e adulta, mas é um álbum que me sugere conflito e talvez devido as minhas expectativas eu esperava uma perturbação mais "NOSSA!". Mas sentimentos e vivências pessoais não tem (e nem devem) nenhuma fórmula para você expressá-los e vive-los, cada um tem a sua maneira de fazer isso e eu acho até interessante que você nos mostre isso porque são novas perspectivas que eu mesma terei de avaliar trabalhos futuros, inclusive os meus próprios.
Num geral, é um álbum que conta uma história, não vejo um início e fim mas sim um durante. Ele é coerente com a sua história e o ponto que achei mais interessante nele é como desde o início você tinha seu racional focado em superar o ex, mesmo não tendo superado porra nenhuma lá no começo.
Acredito que de tanto falar isso pra si mesma, esse exercício de consciência, você alcançou o seu objetivo. E o seu álbum prova isso, você tem foco. As produções escolhidas são de extremo bom gosto, combinam com a sua artista, eu amo tudo o que eu conheço que foi usado aqui, é aquele pop melódico e sofisticado bem diva gay finíssima! É nitidamente um trabalho feito com esmero, sutileza, beleza e sentimento.