CONTEXTO
"Em outubro de 2017, Clara anunciara que adentraria numa clínica de reabilitação para tratar da recaída de sua depressão e frequente vontade de suicídio. Ao sair, se afastou totalmente da mídia em 2018 e focou sua atenção em projetos humanitários".
PRODUÇÕES
Esse é o disco que Clara mais investiu em produções, optando por trazer instrumentais mais alternativos com elementos eletrônicos. Kant defende que deseja transportar o ouvinte para o ambiente da música e que leve-o para qualquer lugar, como se fosse uma viagem. Cada sentimento cantado em cada canção busca ser uma viagem própria dentro da história contada.
COMPOSIÇÕES
Esse foi o disco mais difícil e demorado pra compor segundo Clara. O motivo é que ela procurou retratar a tristeza sem que a romantizasse. Embora tenha a depressão como pilar principal do álbum, seu envolvimento como voluntária e aproximação com a cultura latina a fizeram perceber melhor a violência simbólica que afeta de fora pra dentro. Kant crê que a autossabotagem é mais psicológica e se tornara resultado de uma falha social que todos estamos sujeitos. Devido a isso, parte do disco é voltado como crítica a cultura do American Way Life, que induz o modelo ideal de um padrão e comportamento de vida. Quem não consegue se adequar a este estilo, consequentemente, sofre.
DESCONSTRUÇÃO
Clara confessa que deseja usar sua voz para acolher e ser conforto para aqueles frágeis emocionalmente. Ela entende hoje que seus privilégios de ser uma pessoa rica e bem instruída não a deixa muito distante de pessoas de realidades diferentes. Todos nós somos vítimas de um mesmo sistema, e alimentamos-o simultaneamente. Em I'm Not Going Anywhere, Clara busca estar mais próxima do equilíbrio entre o caos que se teme e a perfeição que se almeja - por essa razão, o disco transita entre os sentimentos pessoais e sua percepção sobre o mundo num âmbito mais social e saber conviver melhor com o lado ruim de ambos, aceitando suas fraquezas e adquirido mais resiliência.