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VOGUE JULY 2020 | Steele



Steele tem colhido bastantes frutos recentemente. Apesar da tenra idade, a garota brasileira está cada vez mais em voga, levando a sua música para o mundo. Portadora de 1 Grammy, sucessos na parada, - mais recentemente ao lado de Louise, num dos principais Singles do ano - e uma beleza invejável. Estes componentes todos fazem com que a nova sensação da industria atraia olhares por todos os lados, tanto na música, como na moda. Por questão de agenda, me encontrei com Steele no set onde foi fotografado o ensaio e enquanto ela se preparava, fomos conversando bastante. Uma mulher doce, bastante determinada e cheia de confiança. Ela foi bastante elogiada pela humildade e profissionalismo na hora de fotografar, estando sempre disponível nas diretrizes.



Steele, eu estou encantada com o seu a vontade e simpatia. Ser artista sempre foi um sonho para você?

Sim. Eu sempre acompanhei vários artistas durante minha adolescência. Achava extremamente lindo uma mulher dominando um palco, cantando, dançando, fazendo tudo aquilo com uma maestria enorme. Meu coração palpitava forte sempre que eu via artistas como Yasmin, Sophie, Jasmine, etc. Eu sentia que eu queria fazer aquilo também e comecei a me preparar para seguir meu sonho. Fiz vários cursos de dança, aulas de canto, participei de corais na escola e na universidade. Daí comecei a postar vídeos no YouTube, incentivada por uns amigos. Foi através de um desses covers que Dowayne me notou em um programa de TV do Brasil. Lembro até hoje, é muito nostálgico. Lembro que havia postado um cover de Lady Of The Night, da Toonya, e esse vídeo ganhou muita notoriedade. Dessa forma, conheci Dowayne e Kyeh em 2013 e acabei vindo morar nos EUA, no mesmo ano, para começar a trabalhar no meu primeiro álbum.


Como você olha para a sua pessoa de 6 anos atrás, antes de embarcar nesse mundo da música?

Eu olho e vejo uma garota muito esforçada, que apesar da realidade dura que vivia, sempre encontrava tempo para inserir a arte em sua rotina, fosse dançando, cantando, lendo, visitando exposições de arte, escrevendo pequenos poemas, etc. Essa garota me orgulha. Tenho certeza de que ela se orgulha de mim também, do que conquistei e da determinação que tenho para buscar ainda mais.



Qual foi o principal fator que determinou quem você é hoje em dia?

Acredito que o fato de não deixar perder minha essência. Hoje em dia, quando escrevo minhas próprias músicas, eu procuro contar histórias sobre coisas que eu vivi. Já que eu as vivi, tenho propriedade para falar sobre, cantar sobre. Atualmente, a forma mais fiel que alguém pode encontrar para conhecer minha história de vida aos poucos, é lendo minhas músicas. Eu falo muito através de todas elas.


Atualmente todos olharam para você devido ao enorme sucesso de Ziriguidum. A que você acha que se deve esse sucesso?

Ziriguidum é um imenso sucesso. Eu sou extremamente honrada de trabalhar com a Louise, é um enorme ídolo para mim. Também acompanhei bastante coisa dela quando mais nova. Antes de Ziriguidum eu já tinha tido o prazer de trabalhar com Louise na produção de Game, meu single de comeback, lead do meu segundo álbum. Ela produziu a música e eu escrevi, com auxílio dela. Então de certa formas, a ponte entre nós já estava feita. Acredito que ela foi a precursora do funk, que é um gênero musical majoritariamente brasileiro, dentro de músicas pop. No Brasil isso é muito comum, mas aqui fora, estamos ganhando uma enorme notoriedade atualmente e Ziriguidum ajudou muito nisso. Fiquei feliz por ela ter me escolhido para participar da canção. Acredito que o sucesso da canção se deu por conta da novidade de ritmo e pelo trabalho incansável dela. Infelizmente eu estava afastada por motivos de saúde e não pude ajudá-la a promover a música.


Você e Louise ambas são belezas enormes do mundo atual, de que maneira você encara os padrões de beleza que são impostos no mundo atualmente?

Ao meu ver, bonito é vc se amar. Existem vários tipos de corpos, de vivências, de vivências, etc. Então porque tentar por as pessoas em caixas rotuladas? Isso nunca fez sentido para mim e é algo sobre o que eu tenho lutar sempre no meu trabalho. Bonito pra mim é a pessoa cantar sobre o que quer, gosta e/ou vive. Bonito é usar uma roupa que faz vc se sentir poderosa/o. Ainda temos muito a desconstruir, é um fato. Só precisamos nunca parar de lutar por isso.


E a sua ligação com Natuur? Ela aborda um lado que pode soar novo para muitos.

Natuur é uma canção extremamente importante para mim porque foi escrita por mim e uma grande amiga de Dowayne, a Elizabeth Graal. O talento que Beth tem para compor é algo sobrenatural. Sentamos, discutimos sobre o que falaríamos e tudo foi fluindo. Dowayne foi cuidando da produção junto de uma equipe pessoal que o mesmo tem. E daí, após essa soma de talentos, saiu Natuur. Fiquei muito feliz que muita gente se identificou com a canção como um todo, aqueceu meu coraçãozinho de iniciante.




Seu lado mais sensual é algo que você faz questão de impor sempre. Acho isso necessário na emancipação da mulher atualmente?

Sim, como eu falei antes, bonito é você se sentir bem. Eu me sinto bem atualmente, adoro escrever sobre isso, mesmo que algumas pessoas não gostem de ler. Eu vivo minha sensualidade e minha sexualidade da forma que me agrada, não há espaços para auto julgamento em mim. Adoro expor isso nas minhas músicas e da forma mais direta possível, sem arrodeios. É extremamente importante que as mulheres se sintam da mesma forma, cada uma com seu corpo, com seus prazeres e necessidades. Assim, teremos mulheres mais livres.


Como você encara a sua necessidade de estar presente na indústria hoje em dia?

Acredito que com meu trabalho eu consigo dar voz à alguém. Se uma pessoa, de todos que me ouvem, ouviram ou vão ouvir algum dia, se identificar e se sentir fortalecida pela minha mensagem, valeu a pena. Eu procuro representar pessoas no que eu faço.


Como você se vê daqui a 10 anos?

Quero continuar fazendo o que eu gosto, da forma que me agrada e atingindo mais pessoas. Pessoas tem vontade de construir impérios nesse espaço de tempo, o que eu acho extremamente válido e bastante empoderador, mas no momento eu só quero manter minha carreira, minha reputação e minhas vontades de crescer como artista.





Samantha Cooper é um dos principais nomes da indústria musical. Além de ser dona de uma poderosa voz ela sempre foi uma das referências no quesito moda. Sem medo de se expressar, buscou sempre ao longo dos anos manter um contato bastante próximo com esta parte da arte e, ao longo dos anos, foi se aprofundando de maneira mais arrojada e sem receios. Sobre a sua trajetória ela diz que: Em 2014, eu estava em um momento estressante, tinha emagrecido muito devido a várias situações pessoais e isso era perceptível nos meus looks, procurava algo que escondesse meu corpo e pudesse camuflar aquilo que eu estava passando naquela época. Em 2016 eu estava com tudo em cima! Me sentia confiante, segura de mim mesma e daquilo que eu representava! Até fazer fotos nuas eu fiz, para a Lui magazine e eu amei amar meu corpo como amava ali, usando looks que contemplavam isso, me causava um enorme sentimento de realização poder me mostrar sem ideias negativas e preconceitos. Em 2019, no meu comeback, eu estava um pouco acima do peso, mas me amava, e é isso que a moda é, você se sentir confortável no corpo que está. Infelizmente existem muitos tipos de padrões mas cada vez mais é necessário quebrar essa ideia pré concebidas e buscar aceitar cada um como é e a moda permite isso, cada vez mais. Agora, em 2020, eu estou tentando ousar um pouco mais no estilo, buscar novas formas de usar a moda, sem barreiras, me permitindo mudar e não me prender em uma mesma coisa sempre, aceitar que há várias possibilidades e eu posso me encaixar nas que eu quiser.

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