Radio Tour 5
Radio KBAA 103.3 FM
Samuel: Estamos começando mais um programa na radio KBAA 103.3 FM e dessa vez temos um convidado ilustre. Meus queridos ouvintes, estamos com Marco Colins em estúdio.
Marco: Olá a todos! Feliz dia do Orgulho
S: Marco, é muito bom te receber aqui, querido. Desde seu início de carreira você tem despontado como um ativista LGBTQIA+, fizemos um levantamento aqui, você possui duas ONGs. Uma que abriga LGBTQIA+ que estão sem teto, e outra que dá suporte a portadores do HIV. Fale um pouco pra gente desses projetos.
M: Sim, sim. Esses projetos são a razão de eu nunca parar de produzir. Hoje não há políticas públicas hoje vigente nos EUA que criminaliza efetivamente homofobia, e a cada ano o números de LGBTs assassinados aqui só aumentam, e parte dessa população são moradores de rua. São alvos de grupos supremacistas e fundamentalistas, é um horror. E o pior, não dados, o governo fecha os olhos para isso. Mas eu não quero fechar os olhos, são meus irmãos de causa.
S: Esse ano teremos a circuito de bike?
M: Com certeza, será na próxima semana. Mas o circuito de bike já é para financiar as pesquisas sobre o HIV. Esse ano nossa ONG tem trabalhado em abranger a distribuição de medicação para portadores de vírus, além de ajudas de custo a pessoas que já desenvolveram AIDS que acabam precisando de auxílio médico. Como vocês sabem, infelizmente aqui a saúde é só para quem paga.
S: Essas causas são muito importantes para você. Deu para perceber isso.
M: Sim, são muito. Olha, eu nasci com muitos privilégios. Minha família aqui sempre teve boas condições, até mesmo quando eu fui morador de rua foi muito mais fácil pra mim conseguir sair daquela situação. Mas não é todos que possuem a mesma sorte, sabe? Eu vi muita gente morrer no pouco tempo que pelas ruas de Seattle, foi algo brutal. (suspira) Eu perdi uma amiga, ela era travesti, se prostituia, ela me ajudou muito quando eu precisei. Um dia ela atendeu um cliente e não voltou, foi encontrada morta e ninguém investigou. Glória era uma pessoa incrível, e não mereceu o fim que teve.
S: Entendo.Histórias assim sempre se repetem, né?
M: Infelizmente sim. Existem muitas Glórias por aí precisando de ajuda. E eu quero tentar chegar nelas.
S: Meus parabéns, Marco.
M: Ah, não mereço parabéns. Acho que é o mínimo que eu com minhas condições devo fazer. Eu tenho orgulho de ser quem eu sou, eu quero que todos sintam orgulho também. E eu quero principalmente que todos vivam, e não apenas sobrevivam. Todos merecem ser feliz com o que realmente são.
S: Obrigado, Marco. Agora ficamos com “Grateful”. Música presente no álbum Mimicry dedicada a todos LGBTQIA+